Aos trabalhadores e trabalhadoras da Diocese de Sete Lagoas

 “Meu pai trabalha sempre e eu também trabalho” (Jo 5,17)

 

 “Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel”
(Milton Nascimento)

 

Meus queridos irmãos e irmãs, trabalhadores e trabalhadoras e, de uma forma especial, aos desempregados que hoje são mais de 13 milhões de pessoas neste país,

 

Nossa Diocese de Sete Lagoas se une a vocês, da cidade e do campo, por ocasião deste 1º de Maio de 2019. Brota em nós um grito de solidariedade em defesa dos seus direitos!

O trabalho é fundamental para a dignidade do ser humano e, a energia ali desprendida, quando não a colocamos para fora, tende a se voltar contra nós.

A grande importância do trabalho, não deve se restringir apenas à questão financeira, mas é parte integrante da vida humana e se constitui-se como dimensão existencial.

Por ele, as pessoas participam da obra da criação e contribuem com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, tornando-se assim, semelhantes a Deus que trabalha sempre.

O trabalhador não é mercadoria, por isso não pode ser “coisificado”. Tem o direito a uma remuneração que não se mede apenas pelo custo da sua força de trabalho, mas também pela qualidade de uma vida digna.

O dia do trabalhador e da trabalhadora é celebrado neste ano de 2019 em meio a fortes ataques aos direitos conquistados, onde o mercado atua de modo excludente, em busca do lucro egoísta.

Os últimos acontecimentos em Brumadinho, no Córrego do Feijão, nos apresentam uma grande lição que demonstra o quanto as pessoas estão sendo relegadas a último plano, não são levadas em conta, não são priorizadas, e para corroborar com tudo isso, são criados mecanismos que apontam para a exclusão social, tais como a lei da terceirização, a reforma trabalhista e a reforma da previdência.

Como cristãos, precisamos apoiar soluções que possam assegurar os direitos já conquistados pelos trabalhadores.

 

Para fecharmos esta breve reflexão, finalizo com fragmentos de uma música de Gonzaguinha que diz,

Um homem também chora
Também deseja colo
Palavras amenas
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata

 

Por intercessão de São José Operário, invocamos a bênção de Deus sobre cada trabalhador e trabalhadora com suas famílias.

Um abraço fraterno.

 

Dom  Aloísio Vitral

Bispo Diocesano de Sete Lagoas

 

 

 

 

 

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