Para recomeçar: concluir

Quando se cumpre uma missão, quando uma dada tarefa chega à sua conclusão, quanto é terminada uma obrigação ou compromisso assumido: Que alívio! Há um movimento de alegria e enorme satisfação. Um contentamento contemplativo e uma gratidão pela energia depositada, pela realização, pela conquista. Noto como é festiva a conclusão de um curso, de uma etapa de trabalho e aposentadoria alcançada. Como é celebrativa a passagem para um novo estágio da vida e dos sonhos. Fico extasiado com a alegria de mais um ano concluído, com as colheitas depois dos esforços, com o resultado ao término de um tratamento, com a superação de uma dependência após meses de internação. Enfim, é incrível quando se alcança uma conclusão final.

Penso que essa é a sensação quando Jesus percebe que Judas cumpriu sua missão. No Evangelho de João a expressão é muito bonita: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele”! A afirmação é conclusiva. Traz um prazer de missão cumprida e um caráter de docilidade no encerramento. É como poder dizer: Pronto! Resolvido!

O fato é que havia sido concluído o designado para Judas. A sensibilidade nos lábios do Mestre se dá pela percepção de que aquele irmão cumpriu sua tarefa. Isso é a Glória de Deus! Dar conta de amarrar algumas coisas, concluí-las, encerrá-las, aponta para a grandeza da capacidade que Deus nos dá, desde a criação, quando convidados a sermos continuadores da Sua obra.

“Quando deixamos as coisas pelas metades estamos muito distantes do Projeto de Deus”.

Quando começamos e não conseguimos dar continuidade, deixando para traz algumas jornadas mal resolvidas, fragmentamos o processo que nos integra.

Entendo que muitas vezes podemos parar e recomeçar, reconstruir uma proposta ou programação dando-lhe novo sentido e entendimento. Penso, ainda, que urge construir processos mais livres e leves que potencializam nossa disposição para recomeçar. Mas, acredito ser indiscutivelmente importante dar conta de caminhar até o fim.

Como preciso concluir essa reflexão: fico pensando que às vezes damos conta de perceber quando os outros não conseguem chegar ao fim e os acusamos de desanimados, e nos frustramos com seus comportamentos e atitudes. Nem sempre, porém, festejamos com os que alcançam o prazer e alegria da missão cumprida. No entanto, mais grave ainda é quando não nos damos conta de nossas inconclusões!!! É bom lembrar que para chegar à Páscoa uma das afirmativas conclusivas mais tocantes, que abre as portas para esse tempo de júbilo, é proferida no âmago da entrega: “Tudo está consumado”!

Pe. Evandro Bastos

Agenda Diocesana

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