Ensina o Eclesiastes que “tudo tem seu tempo”. Acontece com o silêncio: ele é essencial diante dos grandes mistérios da vida e da morte. No silêncio nós somos gerados; no silêncio velamos reverentes os nossos entes queridos; no silêncio a terra acolhe a semente preparando-a para se tornar fruto e alimento.
Queridos amigos, irmãos da Diocese de Sete Lagoas, que já tenho como filhos, é agora o tempo do silêncio fecundo.
Esqueçamos os momentos de guerra, quando os navios profanam o céu com o estrondo e o brilho mortífero das ogivas que lança contra o inimigo. Sigamos o pessegueiro do nosso quintal, que continua silenciosamente produzindo suas flores.
Assim devemos viver estes dias – em profundo silêncio. Um silêncio que não poucas vezes grita e incomoda – nós sentimos a tentação de falar! –, mas que é pedagógico. A hora é própria para uma boa escuta e não para discussões retóricas. O exemplo está sendo dado pelo nosso querido Dom Guilherme. Desde o dia 26 de janeiro, ao completar 75 anos, ele prepara silenciosamente o momento para o próximo bispo.
Como Dom Guilherme, desde o dia 20 de setembro também eu entrei em pausa-fecunda, para deixar o terreno preparado para meu sucessor na Diocese de Teófilo Otoni: contabilidade, financeiro, Pastorais, funcionários, casa, paróquias, padres, seminaristas etc.
É a grande pausa silenciosamente orante de nossas realidades, momento da grande síntese, das percepções e intuições.
O livro da natureza, ensina como devemos viver este momento, que é de oração mais profunda e prolongada: acordar cedo, a Sagrada Escritura no colo, uma xicrinha de chá e estar demoradamente com o Senhor!
Rezemos uns pelos outros.
Abraço profundamente fraterno.
+ Aloísio Vitral
Bispo Diocesano de Sete Lagoas
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